Pediram demissão, e agora?

O que leva trabalhadores CLT pedirem demissão voluntariamente mesmo em condições de alto desemprego? Esse é o movimento que estamos vendo, a exemplo do que já ocorre nos EUA, embora lá o desemprego esteja em 3,9%, virtualmente zero. É o oposto do cenário brasileiro: aqui, 13 milhões estão em busca de trabalho, e a taxa de desemprego, ainda que em queda, continua acima dos dois dígitos, ao redor de 13%.
Essas motivações são mais frequentes quando existem mais vagas disponíveis do que gente para trabalhar. Não é exatamente o que vemos no momento mas, a pandemia e o advento do home office estimularam que as pessoas buscassem trabalhos que combinem mais com sua forma de viver.

Obviamente várias delas encontraram oportunidades com melhores posições e salários, porém outros muitos se arriscaram para ter um trabalho mais alinhando com suas expectativas e verdades.
Cada vez mais vemos que não é apenas a segurança e o salário que contam, um ambiente saudável, onde o colaborador vê perspectivas de crescimento pessoal e profissional, sente que está numa organização que preze por ele e seus familiares, tenha um ambiente acolhedor e saudável, com benefícios aderentes às suas verdades, entre inúmeros outros fatores são determinantes para que o colaborador de fato vista a camisa da empresa e sinta-se de fato engajado com seu propósito.
Já ouvimos muito falar do termo cliente interno e atualmente teremos mesmo que nos dedicar a eles. Preocupação antes de grandes organizações, independentemente do tamanho da sua empresa, temos aqui mais uma grande responsabilidade para gerir, a final, pessoas são o grande ativo das empresas. Não fazemos nada sozinhos e pessoas alinhadas e motivadas embasam o crescimento e sucesso dos negócios.

O que você tem feito em relação a isso?

Quer empreender e não sabe por onde começar?

As vezes resolver um problema se torna uma grande ideia esse é o caso do empresário Breno Oliveira, 28, que enfrentou preconceito em entrevista pelo fato de ser surdo resolveu abrir seu próprio negócio. Uma gelateria artesanal em Acaraju (SE), que tem 80% do quadro de funcionários surdos.  A sorveteria se chama Il Sordo (O Surdo, em italiano), só em 2021 faturou 900 mil.

“Sempre fui minimizado nas entrevistas, parecia que não era capaz, muitas pessoas não aceitavam minha surdez”, relembra o empresário, que antes trabalhava como instrutor de Libras (Língua Brasileira de Sinais)….

“Participei de vários processos seletivos, mas as provas sempre eram em português e com concorrentes ouvintes. Para o surdo é diferente, a gente aprende o português como segunda língua, e a Libras como a primeira. Muitos têm dificuldade de ler e escrever. A barreira é real”

Com o apoio da família e orientado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Bruno então pesquisou iniciativas de empreendedorismo e buscou se aperfeiçoar mais para conseguir abrir seu negócio apesar de não ter nenhuma experiencia no ramo. Buscou conhecimento em custos e investimentos após isso ele então se matriculou em um curso de gelato italiano (sorvete cremoso típico) e abriu seu negócio em Aracaju. Seu diferencial era que sua empresa era voltada à acessibilidade e inclusão.

“Muitas pessoas que vêm pela primeira vez sentem um impacto, um pouco de medo, de vergonha, mas procuramos acolher o cliente. É o mesmo impacto que sentimos lá fora, mas aqui acolhemos essa diversidade. Os clientes sentem o acolhimento e compram a ideia, perdendo o medo e aprendendo a se comunicar melhor com quem é surdo”, afirma Oliveira

“Entre nós, não há barreiras. A gente está no mesmo mundo, e os clientes que vêm aqui entram no nosso mundo. Hoje somos referência no Brasil em acessibilidade. E, dessa forma, mostramos do que o surdo é capaz. Breno Oliveira”

A Il Sordo já foi indicada para o Prêmio Veja-se, da revista Veja, na categoria Diversidade, e recebeu o certificado de excelência da TripAdvisor onde está avaliada com nota máxima.

A gelateria hoje tem 11 funcionários, dos quais 9 são surdos. Os dois ouvintes ficam na produção. Além da matriz, a empresa tem dois outros pontos de venda na capital sergipana, e mais uma loja franqueada em Salvador, na praia da Barra. Tendo o gelato italiano como carro-chefe (preço inicial a R$ 11), oferece também tortas, doces, cupcakes, brownies, picolés e cafés. Em 2019, antes da pandemia de covid-19, a Il Sordo chegou a faturar R$ 1,1 milhão. Após um 2020 de queda, atenuado basicamente por entregas em domicílio, o faturamento voltou a subir no segundo semestre.

Bruno acreditou na sua ideia, aprendeu sobre empreendedorismo e procurou meios para investir em seu negócio.

apesar das dificuldades não desistiu e procurou novidades e inovações para manter seu negócio de pé na pandemia. O empreendedor tem que acreditar e difundir sua ideia. Hoje a Il Sordo é reconhecida como uma empresa de inclusão e acessibilidade.

O empreendedorismo por sobrevivência está cada vez maior

Empreendedorismo por sobrevivência está multiplicando os pequenos negócios pelo país, só em salvador cresceu mais de 18%.

Um exemplo disso é a NBLACK, Najara Black socia-fundadora após ser vítima de racismo em uma entrevista de emprego, decidiu não trabalhar mais para ninguém e criar seu próprio negócio. Depois de anos vendendo bijuteria surgiu a ideia de criar uma marca de Roupas.

“Iniciei sem conhecimento de mercado, dos tecidos, de nada. No início o nome seria Najara Black, mas achei que ninguém compraria roupa com meu nome, então, resolvi abreviar para ficar NBlack. Participei de um evento chamado Beleza Black, no qual meu irmão e alguns amigos desfilaram com as peças que eu fiz e foi um sucesso. De lá para cá, a gente não parou mais”, afirma a empresária.

As peças da Nblack já foram produzidas em salas comerciais, lojas físicas e ate mesmo na residência de Najara, que durante a pandemia teve que utilizar outras ferramentas como as redes sociais para manter seu negócio de pé.

“Sozinho a gente não faz nada e unidos somos mais fortes e dessa forma ninguém pode parar a gente”, afirma Najara Black.

Se inventar como empreendedor, às vezes é a única saída para os desempregados. Essa iniciativa traz muitos benefícios para as comunidades onde estão inseridas: faz a economia girar, gera novos empregos e incentiva outras pessoas a fazerem o mesmo. Porém muitas vezes é uma tarefa árdua e solitária, com pouco conhecimento técnico em finanças, economia, parte fiscal e mesmo dos próprios negócios, a curva de aprendizado é desgastante e faz com que empreendedores desistam de seus planos. É sabido que existem formas de buscar conhecimento e informação, mas o dia a dia é pesado e nem sempre há clareza no que precisa ser feito.

Atualmente a empreendedora com 16 anos no mercado viu seu esforço e trabalho colaborativo se expandir cada vez mais. Hoje a NBlack conta com três lojas espalhadas nos shoppings da Bahia, Cajazeiras e a mais recente inaugurada no shopping Paralela.

Com outras 20 marcas empreendendo juntamente, tendo um quadro composto de 99% de empreendedoras negras.  “Para mim isso é bacana, a NBlack já é uma marca forte e consegue atrair um grande público para conhecer outras marcas que ainda estão chegando no mercado e durante a pandemia muita gente teve que se reinventar, criar seus negócios ou recriar e essa foi uma oportunidade de manter todo mundo em pé, firme e forte, e fortalecido, porque acredito que sozinho a gente não faz nada e unidos somos mais fortes e dessa forma ninguém pode parar a gente”, conclui a dona da NBlack.

A preocupação com a saúde mental tem ganhado mais espaço no ambiente de trabalho.

Obviamente após a pandemia de 2020 esse assunto assumiu o centro das preocupações das áreas de RH e Gestão de Gente. O confinamento, as jornadas duplas e até triplas, o medo da doença, entre outros desencadearam transtornos de ansiedade, depressão e burnout.
Algumas empresas se posicionaram na dianteira e passaram a desmistificar o assunto internamente, entretanto muitos colaboradores tem receio de expor essa “fragilidade”.
Depois que a OMS determinou que o burnout é doença do trabalho, não há mais espaço para procrastinar algumas ações. Essa conta vai chegar e vai pesar no bolso dos empreendedores, seja por afastamentos propriamente ditos, seja pelo aumento no absenteísmo ou mesmo na queda do presenteísmo, índice ainda pouco falado, mas que mostra a baixa produtividade do colaborador que está apenas de corpo presente na empresa. Isso sem mencionar os custos de renovação dos planos de saúde, que tendem a ser mais altos conforme aumenta-se o uso dos mesmos.
A pesquisa abaixo deixa claro o tamanho do problema e urgência e tratar preventivamente o maior número de pessoas.
1- De acordo com a WHO (World Health Organization) a depressão e a ansiedade causaram uma perda de aproximadamente US$ 1 trilhão na economia mundial.
2- Por outro lado, a mesma pesquisa afirma que, para cada US$ 1 investido em ações que promovem melhorias na saúde e bem-estar mental dos colaboradores, US$ 4 são percebidos em ganhos com o aumento da produtividade.
3- Na pesquisa realizada pela Wellable, foi constatado que grande parte das empresas já adotam medidas para a melhoria da saúde mental de seus colaboradores. Entre os fatores que chamam a atenção estão:
• 67% das empresas oferecem programas de assistência aos empregados;
• 46% valorizam recursos de educação em saúde mental, tais como acesso a palestras, treinamentos e webinars;
• 30% adotam escalas de trabalho mais flexíveis;
• 29% valorizam o acesso às ferramentas digitais de saúde mental, como aplicativos para celular.

4- As práticas de meditação e de mindfulness — exercícios para melhoria na capacidade de atenção e concentração — estão sendo encaradas como alternativas benéficas para as empresas. Mais da metade delas demonstrou intenção em aumentar os investimentos nessas iniciativas.
Inclusive, muitos espaços de coworking já oferecem práticas regulares de meditação guiada para seus frequentadores. As empresas e profissionais liberais que fazem parte desse movimento já estão colhendo os benefícios de uma rotina mais centrada.

5- Outra pesquisa, publicada pela Capita, revelou dados alarmantes sobre a presença do estresse no cotidiano das empresas. Veja alguns desses números:
• 79% dos colaboradores relataram ter sofrido estresse no trabalho nos últimos 12 meses;
• 22% disseram sentir estresse com alta frequência ou o tempo todo;
• 47% acham que é normal sentir stress e ansiedade no trabalho;
• 45% consideraram deixar um emprego devido ao estresse que ele gera;
• 53% tiveram colegas que foram forçados a desistir do trabalho devido ao estresse;
• 49% não acham que seu líder imediato saberia o que fazer se eles conversassem com ele sobre um problema de saúde mental.

6- Ainda de acordo com da Capita, o estresse causa aumento na irritabilidade e, com isso, outras pessoas são afetadas no ambiente, espalhando os males por toda equipe. Entre os “efeitos colaterais” identificados nas respostas, chamam a atenção:
• 44% afirmaram estar mais irritados no trabalho;
• 25% aumentaram o consumo de álcool;
• 28% confessaram descontar em familiares;
• 15% aumentaram o consumo de cigarros.

7- Outro fator preocupante apontado pela mesma pesquisa é que 24% dos trabalhadores já precisaram se afastar por estresse. Porém, menos da metade dos afastamentos tiveram registros relacionados à saúde mental.
Um outro dado que justifica essa situação é que 37% dos respondentes afirmam não se sentirem confortáveis em assumir para os colegas de trabalho, ou mesmo para a empresa que o afastamento foi motivado para cuidar da saúde mental.

8- A pesquisa de 2019 da Mental Health American mostrou que o estresse está aumentando os problemas relacionados ao sono dos trabalhadores. Mais de 65% dos respondentes afirmaram que o estresse no trabalho está afetando a qualidade das suas noites de sono.

9- Metade das pessoas que responderam à pesquisa disseram que o estresse provoca comportamentos não saudáveis para ajudar a lidar com o problema. O que vai ao encontro do que já foi mencionado no tópico 6 sobre os dados obtidos pela Capita.
Uma pesquisa da Universidade de Phoenix apontou que mais da metade dos trabalhadores (54%) que estão trabalhando de casa durante todo o tempo de isolamento têm sentimentos negativos quando o assunto é o retorno ao escritório — entre eles preocupação, nervosismo e sobrecarga ganham destaque.

10- Novamente em concordância com os resultados da Capita, a Mental Health American apurou que 55% dos colaboradores sentem medo de tirar dias de folga para cuidarem de sua saúde mental.
11- A entidade perguntou aos participantes sobre o quão seguros eles se sentiam em conversar com seus gestores sobre problemas de saúde mental no trabalho. Entre os que afirmaram não se sentirem seguros, também foram constatados outros efeitos do estresse, tais como:
problemas para dormir;
queda na autoconfiança;
queda na motivação;
aumento na quantidade de faltas e atrasos.
Pegando carona nessa nova realidade inúmeras empresas de saúde mental surgiram no mercado. Propondo diferente métodos e ferramentas, infelizmente muitas delas oferecem serviços de baixa qualidade, que não ajudam nem as empresas, muito menos as pessoas.
É preciso ficar atento à proposta apresentada, consultas de terapia muito curtas, por exemplo, são vitais para o custo do serviço ser competitivo, mas não ajudam em nada o paciente.

Natura lança produtos zero plástico

A fabricante de cosméticos Natura reforça ainda mais sua preocupação com a sustentabilidade da natureza e das comunidades produtoras de suas matérias primas.
Após seis anos de pesquisa e desenvolvimento lança no mercado a NATURA BIOME, uma marca de produtos de beleza e cuidados pessoais em barra e zero plástico. A linha inclui shampoo de uso diário, shampoo de hidratação, condicionador, sabonete cremoso e sabonete esfoliante em barra, todos os produtos focados na sustentabilidade.
Essa é a primeira linha de produtos sólidos da Natura com fórmulas naturais e veganas. Para esse desenvolvimento a marca utilizou ingredientes baseadas na natureza.
“Esse produto olhou para diversos desafios, um deles é a lógica de sistemas agroflorestais de modo que não haja uso de agrotóxico e as famílias do cultivo tenham renda sempre, independente do tempo de amadurecimento da cultura. Além disso, pensamos no menor uso de água, na sustentabilidade na cadeia e transporte”, diz Andrea Álvares, vice-presidente de marca, inovação, internacionalização e sustentabilidade da Natura.
Um dos principais ingredientes é o óleo de dendê, produzido no primeiro sistema agroflorestal de dendê do mundo, o SAF Dendê. A natura lidera há mais de 12 anos em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta). Os tratos culturais nas áreas do SAF Dendê se baseiam no manejo agroecológico sem o uso de agrotóxicos, com adubação orgânica, adubação verde, cobertura viva e uso de biocaldas.
A embalagem desses novos produtos são feiras de papel reciclado e reciclável após o consumo.
Pesquisas foram feitas para entender o perfil do consumidor e confirmar se estão abertos a usar produtos em barra. A executiva conta: “Vimos que há uma inclinação dos consumidores para serem mais sustentáveis, especialmente nas gerações mais novas, preocupadas com o clima e o impacto da indústria. De todo modo, as pessoas querem um produto que tenha espumação, hidratação, fragrância e outros atributos de Natura”.

Cresce o número de investidores anjos para pequenas empresas

O cenário é positivo para receber investimento-anjo mostra uma reportagem da Pequenas Empresas Grande Negócios. Somente no primeiro semestre deste ano, foram aportados R$ 39,9 milhões em startups brasileiras, segundo levantamento feito por um grupo que reúne 18 das maiores redes de investidores-anjo do Brasil. O montante já se aproxima dos R$ 45,2 milhões que foram investidos em todo o ano de 2020.
O valor médio investido este ano cresceu 35% em relação a 2020. Em média, cada investidor aporta R$ 34 mil, com um valor máximo de R$ 100 mil e mínimo de R$ 15 mil.
O número de investidores-anjo também cresceu. As redes agregam hoje 2.560 investidores, um crescimento de 29% em relação a 2020. O estudo mostra que 344 startups foram investidas desde a criação das redes.
Segundo Maria Rita Spina Bueno, diretora executiva da Anjos do Brasil e fundadora do grupo, o sucesso dos números se deve à cooperação entre as redes. “Esses resultados mostram a importância das redes para o ecossistema de investimento-anjo.”
Criado em 2017, o grupo tem apoiado o surgimento de novas redes de investidores-anjo, que proporcionam um ambiente de boas práticas e de acesso a diversas oportunidades para os investidores, que se tornam mais ativos e conseguem efetuar uma alocação de capital mais eficiente.
Aqui na Polinizee a gente acredita que embora seja importante ter flexibilidade para se adequar as condições destes anjos é importante ter um business plan robusto e bem embasado. Apresentar o mercado, concorrentes, cases e onde você se diferencia é fundamental. É preciso alinhar números, estratégia a um discurso claro e que encante a audiência.
Estar preparado para perguntas duras e diretas, que as vezes não tem uma resposta clara, porém mantendo a coesão das ideias sem esconder as dificuldades e desafios do caminho.
Essas redes de anjos se falam e já viram muitos cases de perto. A troca com eles é valiosíssima.

Nem todos os empreendedores precisam ser disruptivos

A Polinizee estreou no Estadão! Com um artigo de nossa sócia-fundadora Isabelle Ferraz. Como somos uma consultoria criada para ajudar médias e pequenas empresas a reencontrarem o rumo de seus negócios, queríamos mostrar que o empreendedor não precisa ser disruptivo a qualquer preço neste momento de desafios impostos pela pandemia.

Com tantas dificuldades a serem superadas, os empreendedores são bombardeados o tempo todo com um milhão de exigências para darem certo. Uma delas é a da inovação tecnológica. É claro que sabemos que é preciso inovar para manter um negócio relevante. Mas muitas vezes há questões anteriores que precisam ser resolvidas.

“É só constatar quantas startups verdadeiramente disruptivas que atraem sucessivas rodadas de investimentos perdem o pé por questões anteriores como não ter contratado um CFO experiente ou dispor de uma equipe executiva disciplinada revendo e readequando o business plan, analisando criticamente o entorno, o contexto. Ou até mesmo os empreendimentos nativos digitais que fazem caixa rapidamente, mas se inviabilizam por questões tributárias, por exemplo”, diz Isabelle no artigo.

Isabelle também dá dicas preciosas de como médias e pequenas empresas podem lidar com os obstáculos no caminho para a retomada.  “É preciso arregaçar as mangas, mas também entender que dois tempos se impõem hoje na manutenção do negócio no contexto transformado pela Covid-19. Um é o da urgência da recuperação diante dos estragos provocados pela pandemia. O outro é o da reflexão, da reorganização da casa, da redefinição da estratégia e da inovação.  Como enfrentar essas duas jornadas de desafios concomitantemente?”

O que acreditamos aqui na Polinizee é que é necessário exercitar uma “espécie de divisão mental, como se fossem duas empresas vivendo num só corpo.” Uma parte vai se concentrar na rotina revendo processos e solucionando problemas. A outra vai apostar na inovação, no desenvolvimento de mercados, produtos e etc.

O empreendedor não pode, contudo, cair numa cilada porque não dá para “alicerçar novas ideias numa estrutura que já apresentava processos falhos”.  Nestes dois tempos do negócio, a “empresa da inovação” não pode prosperar se a “empresa da urgência” não corrigir sua rota.

Inovação é sempre preciso, mas em que bases você pretende implantá-la? E mais que isso, não tenha pesadelos se não tiver os recursos tecnológicos mais atualizados do momento. Não gaste todas suas energias se seu negócio não for disruptivo. Invista na arrumação antes da mudança. A velocidade da tecnologia não pode ser desumanizadora para você, empreendedor! Leia o artigo completo.

Garotas empreendedoras que vão dominar a tecnologia

São fundamentais as iniciativas que estimulam desde cedo o interesse dos jovens por solucionar problemas da sociedade e que, por consequência, abrem perspectivas para o futuro do empreendedorismo.

A USP de São Carlos criou um programa de verão para que meninas aprendessem programação e habilidades empreendedoras. A iniciativa foi pensada para reverter o predomínio masculino na área de tecnologia e incentivar as garotas entre 10 e 18 anos, em especial de escolas públicas, a considerarem carreiras nas áreas de exatas. O programa da universidade pública está em sintonia com a enorme demanda por mulheres na área de tecnologia e busca preparar a nova geração para ocupar estes espaços.

Mais de 450 meninas participaram do projeto que prevê a criação de apps que solucionem problemas sociais. Elas também são estimuladas a levar suas ideias para a Technovation Girls, uma competição global de tecnologia e empreendedorismo para garotas. Este ano, a equipe brasileira conquistou o primeiro lugar na modalidade júnior para a América Latina.

A premiação foi para o app chamado de Diana, em referência ao nome da personagem da Mulher Maravilha, criado pelas garotas para ajudar mulheres que estão sofrendo violência doméstica. Por meio de geolocalização, a ferramenta identifica onde a vítima está e direciona a conversa, via inteligência artificial, para a Central de Atendimento à Mulher pelo 180. No aparelho, o Diana fica disfarçado como se fosse um app de leitura, para que as mulheres tenham mais segurança de usá-lo.

Construção de cultura empreendedora para meninas Além de muito inspirador, o programa revela que a construção de uma cultura empreendedora também passa pelo acesso ao conhecimento e por um estímulo a solucionar problemas da sociedade.

É claro que ao chegar à vida adulta essas meninas terão muito mais perspectivas de construir negócios que sejam relevantes. Porque aprenderam a pensar em como detectar e solucionar demandas da sociedade e em como oferecer e executar respostas de forma inovadora.

Empreendedorismo feminino cresce na pandemia: mulheres são mais inovadoras e não focam só no corte de custos

O número de empreendedoras está crescendo no país. Muitas mulheres tiveram de abrir seus próprios negócios por uma questão de sobrevivência, uma vez que a pandemia e imposição da rotina de cuidados domésticos impactou suas trajetórias profissionais.

Mesmo assim, as empreendedoras saíram na frente neste cenário de crise: são mais resilientes, inovadoras e estratégicas.

Hoje são 30 milhões de empreendedoras no país, o equivalente à metade do mercado empreendedor, um número que cresceu 40% em 2020, segundo dados da Rede Mulher Empreendedora.

Empreendedoras dão conta do orçamento doméstico A pandemia impulsionou esse crescimento, uma vez que as muitas mulheres tiveram seu salário diminuído, perderam o emprego ou tiveram de abrir mão de suas ocupações profissionais.

Para dar conta do aumento do custo domiciliar, elas buscaram formas de empreender e equacionar o orçamento.

Uma pesquisa do Sebrae, de agosto de 2020, realizada em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), analisou pequenos que as empreendedoras demonstraram capacidade de transformação e da adequação do negócio diante das restrições de mobilidade e do isolamento social.

As empreendedoras utilizaram mais as vendas online e ofertaram mais produtos e serviços que os empreendedores. 

Empreendedoras são mais estratégicas De acordo com o estudo, as empreendedoras mostraram mais agilidade e criatividade nas inovações dos seus negócios durante a pandemia. Os estudos ainda apontam que 71% das mulheres usaram e ainda usam as redes sociais, aplicativos e internet como meio de divulgação e comercialização dos seus produtos e serviços

As empreendedoras também são mais resilientes e têm visão mais humanizada do negócio. Essa é uma constatação de outro estudo, o “Empreendedoras e seus negócios 2020: recorte dos impactos da pandemia”, da Rede Mulher Empreendedora. As empreendedoras focaram em mudança e estratégias no lugar de corte de custos, o que traduz um olhar mais holístico para o negócio e uma capacidade de gestão mais desenvolvida. Dessa forma seus negócios continuaram abertos e com expectativa de crescimento.

Não basta ser disruptiva: pequena empresa precisa de gestão, plano estratégico e ESG

O futuro do empreendedor não pode estar baseado só na ideia disruptiva. Para ganhar escala e ser sustentável todo empreendimento precisa de uma gestão eficiente e análise criteriosa do contexto de atuação. Precisa também estar atento a uma questão mais que urgente, a diversidade. A Mobees, por exemplo, atraiu investimentos, entre outras razões, por ter uma mulher na liderança.

Com uma ideia inovadora, a startup carioca passou a instalar telas de LED nos tetos de carros que operam pelo sistema de aplicativos, dando mobilidade a mídia e propaganda exterior de uma forma inteligente. Nessas telas são projetados anúncios e por terem sensores de localização, possibilitam que campanhas sejam segmentadas.  Assim, as marcas se viram com uma nova possibilidade de divulgação sobre rodas, numa proposta de experiência parecida com a internet.

A ideia tomou forma quando os sócios buscavam empreender de um modo que ninguém nunca tinha pensado no ramo da mídia e digitalização.

A inovação por um lado permitiu aos empresários divulgarem seus produtos e por outro lado abriu possibilidades para que os motoristas de aplicativo tivessem uma renda um pouco maior ao instalar estes painéis no teto de seus carros.

Inovação precisa de planejamento estratégico Mas foi preciso muita análise de risco e planejamento para atrair os parceiros estratégicos, incluindo uma visão ESG, privilegiando a questão de gênero. Este ano, a Mobees conseguiu um segundo aporte de investimento de R$ 5,5 milhões desta vez da We Ventures, fundo criado pela Microsoft para incentivar startups de tecnologia que têm mulheres na liderança.

Por enquanto, a startup opera apenas em uma região do Rio de Janeiro. O plano é crescer em outras cidades do Rio de Janeiro. Aí então partir para a nacionalização, focando em dez capitais brasileiras e até da América Latina.