Quer empreender e não sabe por onde começar?

As vezes resolver um problema se torna uma grande ideia esse é o caso do empresário Breno Oliveira, 28, que enfrentou preconceito em entrevista pelo fato de ser surdo resolveu abrir seu próprio negócio. Uma gelateria artesanal em Acaraju (SE), que tem 80% do quadro de funcionários surdos.  A sorveteria se chama Il Sordo (O Surdo, em italiano), só em 2021 faturou 900 mil.

“Sempre fui minimizado nas entrevistas, parecia que não era capaz, muitas pessoas não aceitavam minha surdez”, relembra o empresário, que antes trabalhava como instrutor de Libras (Língua Brasileira de Sinais)….

“Participei de vários processos seletivos, mas as provas sempre eram em português e com concorrentes ouvintes. Para o surdo é diferente, a gente aprende o português como segunda língua, e a Libras como a primeira. Muitos têm dificuldade de ler e escrever. A barreira é real”

Com o apoio da família e orientado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Bruno então pesquisou iniciativas de empreendedorismo e buscou se aperfeiçoar mais para conseguir abrir seu negócio apesar de não ter nenhuma experiencia no ramo. Buscou conhecimento em custos e investimentos após isso ele então se matriculou em um curso de gelato italiano (sorvete cremoso típico) e abriu seu negócio em Aracaju. Seu diferencial era que sua empresa era voltada à acessibilidade e inclusão.

“Muitas pessoas que vêm pela primeira vez sentem um impacto, um pouco de medo, de vergonha, mas procuramos acolher o cliente. É o mesmo impacto que sentimos lá fora, mas aqui acolhemos essa diversidade. Os clientes sentem o acolhimento e compram a ideia, perdendo o medo e aprendendo a se comunicar melhor com quem é surdo”, afirma Oliveira

“Entre nós, não há barreiras. A gente está no mesmo mundo, e os clientes que vêm aqui entram no nosso mundo. Hoje somos referência no Brasil em acessibilidade. E, dessa forma, mostramos do que o surdo é capaz. Breno Oliveira”

A Il Sordo já foi indicada para o Prêmio Veja-se, da revista Veja, na categoria Diversidade, e recebeu o certificado de excelência da TripAdvisor onde está avaliada com nota máxima.

A gelateria hoje tem 11 funcionários, dos quais 9 são surdos. Os dois ouvintes ficam na produção. Além da matriz, a empresa tem dois outros pontos de venda na capital sergipana, e mais uma loja franqueada em Salvador, na praia da Barra. Tendo o gelato italiano como carro-chefe (preço inicial a R$ 11), oferece também tortas, doces, cupcakes, brownies, picolés e cafés. Em 2019, antes da pandemia de covid-19, a Il Sordo chegou a faturar R$ 1,1 milhão. Após um 2020 de queda, atenuado basicamente por entregas em domicílio, o faturamento voltou a subir no segundo semestre.

Bruno acreditou na sua ideia, aprendeu sobre empreendedorismo e procurou meios para investir em seu negócio.

apesar das dificuldades não desistiu e procurou novidades e inovações para manter seu negócio de pé na pandemia. O empreendedor tem que acreditar e difundir sua ideia. Hoje a Il Sordo é reconhecida como uma empresa de inclusão e acessibilidade.